sábado, 1 de outubro de 2011

O cerrado e as áreas de recarga dos aquíferos

O cerrado e as áreas de recarga dos aquíferos
publicado no Jornal da Cidade - Bauru - 30/09/2011

Quando as águas das chuvas atingem a superfície da Terra tomam três diferentes caminhos: uma parte evapora, outra escorre e outra infiltra. É esta última que nos interessa mais de perto no sentido de nos preocupar com a recarga dos respectivos aquíferos.

A existência precede a essência?

“A existência precede a essência”
Publicado no Jornal da Cidade - 13-04-2008 - pág. 03 - Página Livre

Existo! logo, sou. Eis o princípio radical do existencialismo de Jean-Paul Sartre. Mas para entendê-lo, é preciso antes recordar a idéia de essência: “aquilo que faz com que uma coisa seja o que é, e não outra coisa”. 

domingo, 4 de setembro de 2011

Manifesto: Defesa do Cerrado

publicado no Jornal da Cidade, pág. 04 - 04/09/2011 - http://www.jcdigital.com.br/

MANIFESTO

Uma nova febre toma conta do Legislativo de nossa cidade! É preciso progredir!!
Temos acompanhado as manobras e o mais recente golpe baixo: a insinuação venenosa de que o Cerrado e os ambientalistas são os inimigos do “progresso da cidade”. 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Acorda Bauru! Guerra contra o Cerrado !


abaixo-assinado em defesa do Cerrado em Bauru

SOS Cerrado, Vidágua e Grupo Acorda Bauru juntos!     

 

resultado??    

em poucas semanas, mais de 3000 assinaturas em defesa do Cerrado em nosssa região de Bauru !! 

 

Abaixo, conheça o texto que foi entregue aos Vereadores Municipais

Manifestamos nosso mais profundo repúdio e descontentamento em relação à iniciativa de alguns Vereadores dessa Casa, no sentido de sugerir alteração na Lei Estadual nº 13.550/09, visando o relaxamento ou atenuação das regras de proteção e utilização da vegetação nativa do Bioma Cerrado, pelos motivos a seguir sintetizados:
A questão ambiental vem ganhando relevância não sem razão. Recentemente tivemos a aprovação de projetos de lei no âmbito estadual e federal, visando assegurar, ainda que precariamente, uma mínima proteção ao nosso meio ambiente.
Não obstante, aqueles que deveriam em primeiro lugar, lutar pela preservação do Cerrado em nosso município, pensando na qualidade de vida das futuras gerações, ao contrário, são os primeiros a mover esforços no sentido de minar a proteção conquistada para este frágil bioma.
Lamentavelmente, ao invés destes Vereadores apresentarem propostas de desenvolvimento sustentável adaptadas à realidade econômica de nossa região, promovendo a pesquisa e a utilização consciente de inúmeros recursos medicinais e econômicos que este bioma proporciona, ao contrário disto, em nome de um suposto “progresso a qualquer custo”, estão mais empenhados no loteamento e na devastação do pouco ambiente saudável que nos resta.
Saliento que estamos acompanhando atentamente o posicionamento de cada vereador, com o fim de divulgar oportunamente aos demais eleitores bauruenses, quem são os verdadeiros inimigos do meio ambiente e da qualidade de vida em nossa cidade.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

II Torneio Internacional de Debates - Chile - 2010

simplesmente INESQUECÍVEL!!!

Vejam algumas das grandes "feras" que participaram do Torneio Internacional no ano de 2010! 
Grande honra estar ao lado dessas pessoas!
Certamente terão muito sucesso na vida, pela competência, estudo e coragem que demonstraram

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Salvar loteamentos, vereadores?

Salvar loteamentos, vereadores?

Causou perplexidade a notícia publicada no último dia 6 de maio de 2010, pelo JC, informando pretensão de vereadores bauruenses no sentido de emendar lei municipal visando, segundo eles, “salvarem” loteamentos irregulares dessa cidade.
Segundo o artigo, um ilustre vereador chega ao cúmulo de afirmar: “Se você ficar três anos sem limpar um terreno em Bauru ele cresce cerrado” (sic!).

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Não é talvez, toda a vida um sonho?



Nós temos sonhos; não é talvez toda a vida um sonho? Mais precisamente: existe um critério seguro para distinguir sonho e realidade, fantasmas e objetos reais?
(Schopenhauer)

“O mundo é minha representação”. É assim que Arthur Schopenhauer interpreta o mundo: tudo não passa de aparências, ilusões e sonhos: representações imperfeitas de uma realidade essencial inacessível. Vigília e sono são dois lados de uma mesma vida. Há exceção? Sim (e nisto afronta Kant): a Vontade.

Brasil: país sem ética?


publicado no Jornal da cidade, em 23/09/2007

O Brasil é uma nação sem ética?

O JC ouviu estudiosos, políticos e o cidadão comum: falta de identidade e individualismo exagerado se destacaram

Adilson Camargo

Diógenes, filósofo grego, um certo dia, saiu pelas ruas de Atenas com uma lanterna acesa. O fato não causaria estranheza se ele não tivesse feito isso em plena luz do dia. Indagado sobre a razão de tal atitude, ele respondeu: “Procuro um homem honesto”. Isso foi há 2.400 anos. Se Diógenes vivesse nos dias atuais e morasse em Brasília, ele estaria repetindo o ato e teria muito trabalho para alcançar seu objetivo tamanho a crise ética que assola a classe política, que se diz representante do povo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

micro-ensaio sobre a existência

Que é a morte?
 

pensar sobre a morte é praticamente um paradoxo... 

porque a morte nos faz recordar a vida:
"morte" não é o antônimo de vida, não é o seu oposto como comumente se acredita. A morte é exatamente o que faz a vida ser o que é: um contínuo processo de transformação...

transformação do corpo, transformação da alma, transformação do espírito, dos átomos, da energia e da matéria, seja lá o que essas palavras queiram dizer...

 pensar a morte nos faz refletir sobre o sentido da vida.


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

pensando os relacionamentos

De fato, acontece às vezes que investimos alto demais em projetos que começam "a fazer água" ou que “naufragam”, algum tempo depois...

às vezes apostamos todas as "fichas", todas as nossas "economias emocionais" em eventos ou pessoas... arriscamos, sem refletir e ponderar...

também, às vezes, somos precavidos demais e investimos pouco em alguém... subestimamos seu potencial, ou projetamos nesse alguém nossos traumas, antigas decepções, medos ou fantasmas do passado...

então... como saber se estamos nos arriscando além ou aquém da conta??

Como saber se estamos perdendo ou ganhando?? difícil. Mas o que é fácil nessa vida?

Então, eu concluí que o problema não são as pessoas, mas o modo como nós enxergamos tudo... o nosso paradigma, e por conseqüência, o nosso modo de lidar com as situações...
Sem querer ser cafona, mas acho que vale o dito pelo poeta: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

"Ganhando" ou "perdendo", no final, o que realmente vale é o que aprendemos, as lições que tiramos, e a maturidade que construímos.

Sofrimento algum é desejável, exceto para um masoquista, é claro...

mas o fato é que o sal de nossas lágrimas também ajuda a temperar nossa vida.

Aqueles sonhos que construímos em cima das pessoas?? São de nossa inteira responsabilidade. Nós assumimos o risco quando confiamos e apostamos.

E tem outro jeito de viver dignamente, sem ser confiando?

é verdade que às vezes também abusamos da sorte, somos tolos (ou nos fazemos de tolos).
um dia a gente aprende (ou não).

Pessoas são pessoas; nem santos, nem anjos, nem demônios. Bicho esquisito o ser humano...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Somos o povo borra-botas?

Publicado no Jornal da Cidade (Bauru) em 26/07/2011

Somos o povo borra-botas?


imagem meramente ilustrativa
Era uma vez um país encantado. Era um país que sonhava ser de Primeiro Mundo, mas acordava babando no travesseiro do Terceiro Mundo... Sonhava com saúde e educação... mas que pena! nem médico tinha no plantão, nem fé na educação.

Este país encantado sonhava celebrar em arquitetura espantosa, a apoteose de eventos mundiais; sonhava embalado em trem-bala e no pó tipo exportação. Sonhava com bandido preso, e não premiado com cargo no Congresso; sonhava que criança ía à escola para ler, escrever... sonhava que os escritores é que eram premiados pela Academia de Letras, (ao invés de jogador de futebol)...

Bom... depois de tanto sonhar um país, acordamos na manhã do último 07 de julho, sacudidos com a intrigante pergunta do jornalista espanhol Juan Arias em artigo publicado no famoso El País:por que os brasileiros não reagem diante da notória corrupção de seus políticos?


segunda-feira, 25 de julho de 2011

entorpecente politicamente correto


entorpecente 'politicamente correto'

Hoje é bonito ser politicamente correto... sair em defesa das minorias, dizer "não" ao preconceito, defender a reciclagem do lixo e criticar a caça às baleias...


basta aderir a um desses discursos para ser logo aplaudido...


O próximo candidato a "discurso politicamente correto" do mês é o da "liberação do uso da maconha". 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ritos Corporais entre os Nacirema


Você conhece o famoso texto "Ritos Corporais entre os Nacirema"?

Seu autor registra a existência de um povo muito estranho, de comportamentos bizarros e exóticos...

imagem meramente ilustrativa




esta imagem é meramente ilustrativa












A leitura atenta do texto indicado abaixo constitui um ótimo exercício para compreender os limites do discurso antropológico e verificar como o etnocentrismo pode influenciar nossa narrativa e interpretação do fenômeno antropológico.


RITOS CORPORAIS ENTRE OS NACIREMA



Horace Miner In: A.K. Rooney e P.L. de Vore (orgs) YOU AND THE OTHERS - Readings in Introductory Anthropology (Cambridge, Erlich) 1976

O antropólogo está tão familiarizado com a diversidade das formas de comportamento que diferentes povos apresentam em situações semelhantes, que é incapaz de surpreender-se mesmo em face dos costumes mais exóticos. De fato, se nem todas as combinações logicamente possíveis de comportamento foram ainda descobertas, o antropólogo bem pode conjeturar que elas devam existir em alguma tribo ainda não descrita.  
Deste ponto de vista, as crenças e práticas mágicas dos Nacirema apresentam aspectos tão inusitados que parece apropriado descrevê-los como exemplo dos extremos a que pode chegar o comportamento humano. Foi o Professor Linton, em 1936, o primeiro a chamar a atenção dos antropólogos para os rituais dos Nacirema, mas a cultura desse povo permanece insuficientemente compreendida ainda hoje.  
Trata-se de um grupo que vive no território entre os Cree do Canadá, os Yaqui e os Tarahumare do México, e os Carib e Arawak das Antilhas. Pouco se sabe sobre sua origem, embora a tradição relate que vieram do leste. Conforme a mitologia dos Nacirema, um herói cultural, Notgnihsaw, deu origem  à sua nação; ele é, por outro lado, conhecido por duas façanhas de força: ter atirado um colar de conchas, usado pelos Nacirema como dinheiro, através do rio Po- To- Mac e ter derrubado uma cerejeira na qual residiria o Espírito da Verdade.  
A cultura Nacirema caracteriza-se por uma economia de mercado altamente desenvolvida, que evolui em um rico habitat. Apesar do povo dedicar muito do seu tempo às atividades econômicas, uma grande parte dos frutos deste trabalho e uma considerável porção do dia são dispensados  em atividades rituais. O foco destas atividades é o corpo humano, cuja aparência e saúde surgem como o interesse dominante no ethos deste povo. Embora tal tipo de interesse não seja, por certo, raro, seus aspectos cerimoniais e a filosofia a eles associadas são singulares.  

domingo, 26 de junho de 2011

Novo Livro de Antropologia


Este é um livro introdutório de Antropologia,  útil em sala de aula, que tem como finalidade estimular a discussão, o entendimento e a reflexão sobre nós, seres humanos. Sabemos que há muitas obras que podem e devem acompanhar um estudo mais profundo da Antropologia, por isso desejamos despertar o estudante para uma reflexão introdutória que deverá ser complementada por meio do debate em sala de aula e pela leitura de outros textos e obras fundamentais.
Há uma parte importante deste trabalho composta por textos complementares que ajudarão a orientar melhor o estudante no entendimento da Antropologia e dos modos do desenvolvimento da cultura humana.
Que, ao entrar em contado com essa ciência, lembre-se o leitor de que o conhecimento é uma busca constante, que o contato com outras culturas e formas de pensamento, pessoas e povos, deve nos fazer rever nossos hábitos e costumes e nos lançar para o diálogo.
A Antropologia é uma ciência que tem em suas bases o desejo de decodificar o indivíduo humano nas suas extensões culturais e físicas e, neste sentido, compreender os inúmeros aspectos que envolvem essas dimensões.

MAIS INFORMAÇÕES
Bauru: (14) 2107 7252 (Rodrigo)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

que é vida?

Começaremos nosso percurso com uma questão básica para todo ser errante (ops!) pensante...


E o que é vida?

Leiam esse interessantíssimo artigo de Alberto Consolaro*, publicado no Jornal da Cidade de Bauru
15/11/2010 - Ciências

Tente definir o que é vida. Todos têm dificuldade e a ciência também.

Para emitir conceitos, opiniões e ideias precisamos conhecer profundamente o assunto, caso contrário, caímos na superficialidade. Se vida for o fenômeno que anima a matéria, como alguns cientistas a definem, quando um íon modifica a composição da água e muda seu estado físico podemos considerar um sinal de vida. Quando o oxigênio se une ao hidrogênio estaremos frente à vida.

Será que ter vida implica em ter células? Não, os vírus não têm células e representam uma forma de vida! Os vírus são estruturas que, visualizados tridimensionalmente milhares de vezes aumentados, se parecem com pequeninos kiwis, lichias ou jabuticabas. Além das camadas exteriores à base de proteínas, no seu interior apresentam filamentos de DNA ou RNA que guardam informações importantes para assumirem o comando quando entram dentro de uma célula hospedeira. Os vírus fora de célula hospedeira não conseguem ter metabolismo próprio e muito menos crescer e se multiplicar.
O conceito de vida poderia estar ligado à reprodução, mas os vírus não se reproduzem e são considerados forma de vida. Se a reprodução fosse critério de vida, as mulas e outros animais híbridos não poderiam ser considerados seres vivos, pois não proliferam. As formigas obreiras também não se reproduzem!
Será que para ser vida precisa ter DNA ou RNA? Não, os príons não têm nenhum destes ácidos nucléicos e parecem ter vida. Os príons são bem menores que os vírus e apenas equipamentos muito especiais conseguem decifrar sua estrutura. São proteínas que, ao entrarem nas células, atrapalham o metabolismo levando à sua degradação seguida de morte, dificultando a função do órgão. São partículas protéicas infecciosas, cujo anagrama “pro in” do inglês proteinaceous infectious particle deu o nome a este tipo de molécula que provoca a doença da vaca louca ou encefalopatia espongiforme bovina, assim como algumas doenças neurodegenerativas em humanos. Estudos com este agente infeccioso renderam o Prêmio Nobel de Medicina em 1997 a Stanley B. Prusiner.
Quando alguém está quieto as pessoas ficam observando, e quando se movimenta logo se diz: está vivo! O movimento, a capacidade de se transformar, de acumular energia e massa seriam critérios para afirmarmos que existe vida. Se assim for, as estrelas têm vida, fazem tudo isto e ainda pulsam, piscam, emitem energia. Olhemos o Sol, nossa estrela maior.

Evolução

Sofisticando um pouco mais os conceitos sobre o que é vida, poderia adotar-se o critério de evolução das gerações, ligadas à existência de uma programação pré-definida com informações organizadas a serem transmitidas. Mas se fosse assim, os programas de computador deveriam ser considerados formas de vida: evoluem, herdam informações e ainda dão origem a novas espécies e variantes. 

As bactérias têm metabolismo, se reproduzem e tem DNA; reconhecidamente são formas de vida. Em Marte foram encontradas formas bacterianas identificadas em um de seus meteoritos. Alguns corpos celestes revelam ter água, um forte indicador de vida, logo temos vida extra-terrestre.

A barata, o sapo, o carrapato, a pulga e o morcego são vidas. As vacas, porcos, frangos e peixes também são vidas como as plantas. Definir vida não é fácil, então, definir o que é tirar a vida, dar a vida ou estragar a vida também deve ser difícil. Quando matamos os animais ou cortamos o pé de uma planta, como o alface, estamos tirando uma vida de circulação. 

Em nossas refeições ingerimos vida! Será que precisamos comer vidas para manter a nossa existência? Poderíamos sobreviver apenas com os frutos do que plantamos. Precisamos pegar um pedaço da vida do outro para sermos melhor? Diminuir o tempo e a qualidade não é uma forma de tirar a vida de alguém? Quando você não fornece alimentos, tira-se a vida. Quando não atendemos no hospital tiramos a vida. Quando não se presta socorro, nega-se a vida. Quantas vidas tiramos de circulação ou comemos por dia? E tudo isto acontece em um contexto em que todos querem a vida eterna.

Para a corrente filosófica do existencialismo liderada por Sartre, a vida apenas existe quando tomamos consciência de nós mesmos, quando sabemos quem somos e qual o nosso papel no contexto em que estamos inseridos. Mas muito tempo antes, Sócrates já afirmava: uma vida sem reflexões não merece ser vivida. Então, fica uma pergunta no ar: com qual conceito você está levando a vida?


* Alberto Consolaro é professor titular da FOB-USP e escreve todas as segundas-feiras no Jornal da Cidade de Bauru