sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

a verdade da estatística


"estatísticas mostram praticamente tudo, menos a verdade".
 

o que essa simples afirmação quer nos dizer?




O problema, evidentemente, não são os dados numéricos em si mesmos, mas as associações, deduções, induções, analogias e sofismas que construímos a partir deles. 

Quando nos apropriamos de textos que tentam nos convencer de alguma coisa, usando dados estatísticos, deveríamos, antes de mais nada, considerar:

1) quem colheu os dados, onde os dados foram colhidos e durante quanto tempo;
2) quem financiou (pagou) os coletores dos dados, bem como o chefe da pesquisa;
3) quais os interesses econômicos ou políticos (declarados ou não) daqueles que financiaram a coleta dos referidos dados estatísticos;
3) como foi selecionado o(s) grupo(s) de amostragem utilizado(s) para a colheita dos dados;
4) número absoluto de indivíduos pesquisados;
5) condições de controle do grupo pesquisado;
6) crenças e cultura do pesquisador responsável;
7) eventuais sofismas ocultos nas conclusões finais.

Após essas cautelas, e de posse dos dados, pode-se começar a tirar alguma conclusão provavelmente válida. 
Mas, se você não dispõe dessas informações quando lê algum artigo dito científico ou alguma notícia que cita dados estatísticos como ponto fundamental de sustentação de suas conclusões, então, lamento muito, meu caro, mas é estatisticamente provável que você esteja sendo ludibriado!
😉


Vejam abaixo, algumas anedotas que exemplificam sofismas facilmente construídos com base na utilização equivocada de dados estatísticos que muitas vezes são, em si mesmos, autênticos:

"A chance de ser morto por um conhecido é duas vezes maior do que por um estranho. Portanto, fale apenas com estranhos!"

"33% dos acidentes de trânsito envolvem pessoas embriagadas, portanto 67% estão sóbrias; logo devemos dirigir bêbados que é mais seguro." 

"Está provado que fazer aniversário é saudável. Estatísticas mostram que pessoas que fazem mais aniversários vivem mais." - S. den Hartog, Ph D. Thesis - University of Groningen  
 

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