segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Egoísmo, desejo, avidez, prazer...

Egoísmo, Desejo, Avidez, Prazer

Para compreendermos o que é essa atividade egocêntrica, é claro que devemos examiná-la, observá-la, estar cônscios do processo total. Uma vez cônscios dele, torna-se possível a sua dissolução; mas (…) é preciso ter certa compreensão, certa intenção de enfrentar a coisa tal como é, sem a interpretar, modificar, condenar. (…)
(A Primeira e Última Liberdade, 1ª ed., pág. 123-124)

Quase todos sabem que essa atividade egocêntrica produz malefícios e caos, mas só estão cônscios disso em certas direções. Ou a observamos noutras pessoas, ignorando nossas próprias atividades (…) Para poder compreender (…) temos de ser capazes de observá-la (…) em diferentes níveis, tanto conscientes como inconscientes (…)
 (Idem, pág. 124)

Só tenho consciência dessa atividade do “eu”, quando estou em oposição, quando a consciência é contrariada, quando o “eu” está desejoso de alcançar um resultado (…) Ou estou cônscio desse centro quando o prazer termina e desejo repeti-lo. Há, então, resistência e um propositado moldar da mente a determinado fim que me dá deleite, satisfação. (…)
(Idem, pág. 124)

Reparemos na atividade egocêntrica que cria divisões; a atividade egocêntrica em torno de um princípio, de uma ideologia, de um país, de uma crença, em torno da família, etc. Essa atividade egocêntrica é separativa e, portanto, causa conflito. Ora, poderá esse movimento da fórmula - que é o “eu” com suas memórias, o centro à volta do qual se constroem os muros - poderá esse “eu”, essa entidade separada com a sua atividade egocêntrica, terminar por completo, não por uma série de atos, mas por um só ato? (…)
(O Mundo Somos Nós, pág. 112)

domingo, 15 de janeiro de 2017

A salvação pelo consumo - Flávio Siqueira



Abaixo segue mais uma interessantíssima reflexão de Flávio Siqueira, a respeito de um tema extremamente atual, qual seja, o consumismo como vício, como credo, como filosofia de vida, como hábito, como terapia de higiene-mental, como comportamento, como condicionamento, como cela, como ilusão, como salvação.
Recomendo a leitura:

 

 

 

A salvação pelo consumo

A sociedade contemporânea é organizada para formar consumidores. Essa é nossa maior produção em massa: Consumidores. Está em nossa indústria cultural, na religião, nas relações, na educação, na moda, no estilo de vida, nos pensamentos que reproduzimos sem nenhuma reflexão crítica.

Não percebemos o quanto assimilamos certos dogmas e os apelidamos de “certo” enquanto rotulamos como “errado” qualquer movimento que contrarie o fluxo da produção de consumidores.

Sair dessa linha de produção pode gerar punições. Somos expulsos de nossas comunidades encubadoras, somos chamados de hereges por agredirmos os deuses que estão por trás da maior parte dos símbolos que cultuamos.

Por trás das confissões, essa tem sido nossa fé: A salvação pelo consumo.
 
É por isso que nos esforçamos tanto para consumirmos mais! Cegos, não vemos que essa tem sido a tônica de nossas relações, a modelagem de nossas crenças, o paradigma de como educamos nossos filhos. Uma educação para consumidores.

É o que nos legitima como cidadãos “bem sucedidos”, nos ilude, pensando que finalmente somos “alguém”.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

a hipnose coletiva e a ilusão do tempo

“Nós vivemos em uma cultura totalmente hipnotizada pela ilusão de tempo, na qual o chamado presente é sentido como uma pequena linha entre o ‘todo poderoso’ passado causativo e o ‘absurdamente importante futuro’. 

Nesta reflexão, Alan Watts consegue nos mostrar a armadilha e a confusão em que a nossa mente nos meteu quando optamos por projetar nossa consciência nas preocupações, nas memórias e expectativas. 

Onde estamos neste preciso momento?  

Querendo terminar rápido esta leitura para ir logo a outro site? 
Há alguma tarefa que deve ser feita daqui a pouco? 
Ou estou aqui em paz, com minha respiração tranquila e completa? 
Ou talvez eu esteja com alguma pressa sutil (ou nem tanto), respiração rasa, sensação de escassez que não se sabe de que exatamente?

Tenho a expectativa que algum texto possa me salvar de algum passado que “me prende” ou me faz sofrer? 


Jornalista autor do Dharmalog, terapeuta na Hridaya Terapia em São Paulo, Instrutor de Meditação e proprietário do Dharma Office.

fonte: http://dharmalog.com/2014/12/01/aqui-e-tudo-nao-ha-nenhum-lugar-ir-toda-existencia-culmina-neste-momento-osho-aqui-e-agora/