domingo, 28 de maio de 2017

Dicas para compreender a mente e o Ser

A mente costuma criar muitos problemas.  
Mas prá quem ela os cria?

A mente poderia criar problemas para você se você não tivesse interesse nela?
A mente traz problemas para você... mas quem é "você"?
você responde seu nome... mas quem deu este nome?
você não é seu nome...
você pode ter consciência de seu corpo...
então seu corpo não é você...
você pode observar sua mente -pensamentos, emoções-
logo, sua mente não é você.
quando um pensamento surge, quem o percebe já estava aqui antes dele surgir.

O pensamento não estava. Ele vem e vai embora.
E você permanece aqui.
Você (o Ser) não é objeto dos sentidos.
Você já está aqui antes de qualquer pensamento. Você é mais rápido que o pensamento mais veloz.
Então você não é o pensamento, nem o corpo.
Você está aqui para observá-los: a personalidade, as memórias...
Então você é outra coisa.

A memória é algo muito poderoso porque para muitos, suas vidas se resumem a um conjunto de memórias. Para muitas pessoas, quando falam é basicamente sobre o passado (memória).
Pergunto:
Você pode falar sem memória? sem projeção? você pode falar sem esperança (expectativa)? sem passado? sem futuro? sem julgamento?
Quando puder falar assim, então é algo novo.
Tudo que está na sua memória... jogue fora!
Jogue fora tudo e você ainda está aqui. 
Enquanto "quê" você está aqui?
Você pode jogar você fora? Por acaso, você poderia livrar-se de você?

O Tempo
O que é o tempo sem você?
Você é aquele que observa o tempo.
Por acaso o relógio sabe que horas são? Você é que o percebe (o tempo).
O tempo não está consciente de si mesmo...
a distância não está consciente de si mesma...
o pensamento não está consciente de si mesmo.
Nenhum pensamento trabalha para si mesmo.

Onde exatamente você está?
se você não é o corpo, quem é você?

Se tomasse uma droga que momentaneamente fizesse com que não conseguisse mais identificar seu corpo, você acha que seu corpo sabe que é seu?

A mente vai fazer barulho com qualquer brinquedo, com qualquer alimento que você der a ela. A mente não tem como crescer sem o combustível que você dá a ela.
O alimento da mente é o seu interesse por ela... é a atenção que dispensa a ela.
Ela vive a partir de você! Temos que saber disso.
O barulho (da mente) se alimenta da sua atenção.
A mente tira seu poder, da sua crença, da sua identidade (identificação).
A identidade energiza a mente. Para tirar poder dela, mantenha sua atenção na neutralidade. 
Os pensamentos (positivos ou negativos) que receberam muita energia de você tem um magnetismo tremendo (e assim parecem poderosos). Mas um pensamento não pode ser poderoso se não há identidade (identificação)...
Se o você não acredita nele... se não lhe dá reconhecimento... atenção...
quanta realidade pode ter esse pensamento?
Por isso, quanto mais seus pensamentos se tornarem neutros, ou quanto mais você manter sua atenção neutra, tanto mais a paz prevalecerá, não a paz e a felicidade que tem uma história (sobre algo), mas a alegria, a felicidade de Ser. 

O corpo funciona por si mesmo.
O pensamento também surge espontaneamente. Se os pensamentos surgem, isso em si não se chama pensar. O pensar começa quando a identificação encontra o pensamento e começa a criar... isso é pensar.
Mas mesmo o surgimento do pensamento não significa nada em si se você se identifica com a pura consciência.
Para onde a atenção aponta, aquilo se torna experiência.
Então, observa a experiência, mas não se identifique com ela... permaneça em paz.
Isso é ir além da forma: não fascinar-se com as coisas ou com o pensamento que advém a partir destas coisas. 
Enquanto está fascinado, sente como se tais pensamentos fossem muito íntimos.

Não é fácil a nossa mente aceitar que já somos consciência. Você já é a pura consciência.
Veja essas flores aqui: são belas, tem seu perfume, você pode reconhecê-las e admirá-las... Você pode perceber cada coisa sem criar "relacionamento especial" com as coisas.
Ser feliz é muito simples. O difícil é deixar ir seus apegos e condicionamentos, porque temos afeição a eles.

(trecho do Satsang de Mooji em Belo Horizonte, 2009)

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